02 maio 2017

diana marcela gonzález

Pursuance

Errante, horadando el fulgor del mundo en los montes arcanos
Derribó estructuras para adentrarse en las laderas infatigables
de improvisaciones que son semejantes
a la espiral de fuego.
freejazz
Para ampliar el horizonte de la vida
De tal forma que el vuelo sea mayor
de alas de águila
de rayo infatigable que es rosa del sonido.

Pursuance

Errante, perfurando o fulgor do mundo nos montes arcanos
Derrubou estruturas para se adentrar nas ladeiras infatigáveis
de improvisações que são semelhantes
à espiral de fogo.
freejazz
Para ampliar o horizonte da vida
De tal forma que o voo seja maior
com asas de águia

de raio infatigável que é rosa do som.

30 abril 2017

maría malusardi

precipicios

tristeza de cuerpos infantiles en la palabra
no saben los padres:
entre la nieve y la teja la muerte
es un poeta umbilical
inacabado

precipícios

tristeza de corpos infantis na palavra
não sabem os pais:
entre a neve e a telha a morte
é um poeta umbilical

inacabado

26 abril 2017

gabriela d´arbel

No existe cabeza ni cola, sólo unos centímetros del reptil
que se desliza entre los arbustos.
No comienzan ni terminan las escamas,
todo amarrado a la tierra, costuras que me ponen de buenas.

En la tarde la luz es suficiente para iluminar nuestra expresión.
No tiene plumas ni es monstro mitológico,
es un domingo sin tráfico, donde pruebo de nuevo los alfajores.

Me retiro un poco de la escena. La tarde esta a la mitad,
es un tráiler que se atasca sin poder dar la vuelta.
No me gustan repasar detalles, ni fechas, ni sobrenombres,
ni las placas de bronce en los muros.

Nem cabeça nem cauda, apenas centímetros do réptil
que desliza entre os arbustos.
Não começam nem acabam as escamas,
tudo amarrado à terra, costuras que me estrelizam.

Pela tarde a luz é suficiente para iluminar a nossa expressão.
Não tem plumagem não é monstro mitológico,
é um domingo sem trânsito, onde provo de novo os alfajores.

Saio um pouco de cena. A tarde está em metade,
é um trailer que se gruda sem poder dar a volta.
Não aprecio rever detalhes, datas, apelidos,
nem as placas de bronze nas paredes.


23 abril 2017

marisol bohórquez godoy

Noche

Todo se ha detenido:
las horas de los hombres que duermen,
las alas de los pájaros que hallaron el nido
y el rayo de sol que vi partir tras la tarde.

Sombras misteriosas inician su danza,
festejo nocturno,
luto del espejo,
que niega la existencia.

Noite

Detenção em tudo :
tempo dos homens a dormir,
as asas dos pássaros que encontraram o ninho
e o raio de sol partido depois da tarde.

Sombras misteriosas iniciam a dança,
festa de a noite.
luto do espelho,

negador da existência

22 abril 2017

enriqueta lunez

Yuninal Jm’etik

¡Chamkun, lajkun!
Xi jun tseb.
¡Chamkun, lajkun!
Xi jun ants.
¡Chamkun, lajkun!
Xi jun yayil.
Yo’ to unin li jme’metike ¡chamkutik

La Nova

Morrer, morrer-se !
folega uma jovem.
Morrer, morrer-se !
folega uma mulher de meia idade.
Morrer, morrer-se !
Folega uma anciâ

Morramos então ! Jaz tenra a lua.

17 abril 2017

ana cecilia blum

Rituales

Recoger botellas de vino en la mañana
y esperar en su vacío las respuestas.

Apuntar más de un verso
en las pupilas de mi gato,
el ritmo en sus pasos de pantera.

Retornar al río hijastro del deshielo,
a la tarde detrás de las lomas coloradas.

Hundir los dedos en la nieve,
perder el tacto de los días.

Voltear hacia el desierto
desempolvar al dinosaurio
dejar que sobreviva de mis huesos.

Caminar la yerba seca de los filos,
lo perdido en las orillas.


Rituais

Coletar garrafas de vinho pela manhã
em seu vazio esperar as respostas.

Propor mais que um verso
nas pupilas do meu gato,
o ritmo em seus passos de pantera.

Retornar ao rio enteado do degelo,
pela tarde atrás das colinas coloridas.

Fundir os dedos na neve,
perder o tato dos dias,

Contornar até ao deserto
desempoeirar o dinossauro
deixar que sobreviva dos meus ossos.

Percorrer a erva seca dos fios

o perdido noutra coisa.

14 abril 2017

ingrid gonzález

Descendencia

En la casa de mi madre
la mesa
que antes unía a la familia
sirve como ventana
hacia los pies ahora ausentes.

No hay calor tampoco
porque la cama del gato
es el edredón
de las hijas que se fueron.

Mi madre
nunca tejió nada nuevo
para nosotros,
pero hubo alguna vez
en su casa
una especie de fuego
que nos reunía
y abrigaba.

En la casa de mi madre,
por ende,
ya no se habla
ni se cuentan historias.

Todos debimos morir un poco
cuando mi madre
rechazó su propia estirpe.


Descendência

Na casa da minha mãe
a mesa
que antes juntava a família
serve de janela
para os pés agora ausentes.

Não há calor sequer
porque a cama do gato
é o edredão
das filhas que partiram.

A minha mãe
nunca teceu nada de novo
para nós,
mas houve uma vez
na sua casa
uma espécie de fogo
que nos reunia
e abrigava.

Na casa da minha mãe,
neste decorrer,
já não se fala
nem se contam histórias.

Todos tivemos de morrer um pouco
quando a minha mãe
rechaçou a sua própria estirpe.


10 abril 2017

angeles dimas

la creación del mundo
a partir de los cabellos de una mujer

las ideas son edificios flexibles
verticales hacia sus nalgas
una ventana abierta sólo en ocasiones

sus cortinas
son talladas por estrías casi hipérboles
hacia el eje de ordenadas

sus poros cóncavos ocultan tierra entre los muslos

la piel decorada por asfalto
se erige como un poste
y atraviesa nubes de grasa subcutánea

ella abre las piernas
hilera de cables eléctricos
atados a metálicas torres

en un sistema de energías paralelas
precipita su sangre


a criação del mundo
a partir dos cabelos de uma mulher

as ideias são edifícios flexíveis
verticais até às suas nádegas
uma janela aberta só às vezes

as suas cortinas
são talhadas por estrias quase hipérboles
em direção ao eixo das ordenadas

os seus poros côncavos ocultam terra entre as coxas

a pele decorada por asfalto
erige-se como um mastro
e atravessa nuvens de gordura subcutânea

ela abre as pernas
fileira de cabos elétricos
atados a metálicas torres

num sistema de energias paralelas

precipita o seu sangue

08 abril 2017

elena garro

A un pescador

Con tu anzuelo de plata,
con las redes tejidas por tus manos
sácame a este pescado frío
que vive adentro de mi estómago.
A la feroz langosta
que tiene en sus tenazas mi corazón.
Al pulpo cenagoso
que navega en mis venas.
Al sapo que croa
echado en mi silla turca.
Al lagarto ojeroso
que mastica mis vísceras.
A la pequeña sanguijuela
instalada en mis ojos chupando sueño.
La pesca se cotiza en el mercado
y yo dormiré
como antes de la invasión de los monstruos.


A um pescador

Com o teu anzol de prata,
com as redes tecidas pelas tuas mãos
tira-me este peixe frio
que vive dentro do meu estômago.
A feroz lagosta
que tem nas suas tenazes o meu coração.
O polvo lamacento
que navega nas minhas veias.
O sapo que coaxa
deitado na minha sela turca.
O lagarto olheirento
que mastiga as minhas vísceras.
A pequena sanguessuga
instalada nos meus olhos a chupar sono.
A pesca negoceia-se no mercado
e eu dormirei

como antes da invasão dos monstros.

04 abril 2017

reina maría rodríguez

Yo también fui niño y fui niña
tuve cuerpo y tuve vida
anduve desparramada entre otros cuerpos.
sólo llegué a ser quién soy
cuando supe que algo moría por adentro
donde habitaba, en cubículo pequeño de pecho
un cordero blanco
que me lamía
a gritos.

Eu também fui menino e menina
tive corpo e tive vida
andei esparramada noutros corpos.
Só cheguei a estar quem estou
quando soube que algo morria por dentro
onde habitava, em pequeno cubículo de peito
um cordeiro branco
que me lambia

aos gritos

02 abril 2017

xandra orive

Agazapada
El tacto: híbrido
La boca / arena seca
Un archipiélago, incluso
Cayendo al vacío | en perfecta | línea recta
Asumo la vacuidad
Cual alma por habitar
Súmenme, entonces
A los muertos
En vida


Agachada
O tacto: híbrido
A boca / areia seca
Um arquipélago, inclusive
Caindo no vazio | em perfeita | linha reta
Assumo a vacuidade
Qual alma por habitar
Adicionem-me então
Aos mortos

Em vida

28 março 2017

leticia hernando

Acá los dioses están llenos de cosas

I

Aunque los caminos se bifurquen
y no dejen de subir hasta donde escasea el aire,
acá, donde todo es distancia y altura,
las montañas están llenas de colores y de dioses,
y los dioses, llenos de cosas.

Habitan en túmulos de piedras,
en las vueltas de los caminos
mecidos por el viento
allí donde los arrojan, se los encuentra
y hay un nudo de cintas de colores como seña.


Por aqui os deuses estão cheios de coisas

I
Mesmo em bifurque dos ires
que não desistem de subir até não haver ar

aqui, onde tudo é distância e altura,
estão as montanhas fartas de cores e deuses,
e os deuses fartos de coisas.

Residem em túmulos de pedras,
nas vírgulas dos andares
abananados pelo vento
aí onde estão atirados é que os encontramos
há um nó de confetis coloridos em password

20 março 2017

susan urich

Mis palabras dejarán de hablarme algún día.

Será gradual, como la rotación o el envejecimiento -aunque envejezca de martillazo ante la idea de quedarme muda-. Mis poemas se acortarán y en consecuencia me crecerá una sordera permeable: nada sin poesía será escuchado.

Merezco que mis palabras no tengan derecho a matarme de silencio súbito, así deba tolerar su desamor hasta arrugarme

Pero el silencio es la parte más exacta y filosa del sonido

El silencio será mi poema perfecto.


Um dia, as minhas palavras deixarão de me falar.

Será gradual, como a rotação ou o envelhecimento – mesmo que envelheça à martelada perante a ideia de me mudar. Os meus poemas tornar-se-ão diminutos e em consequência crescer-me-á uma surdez permeável: nada sem poesia será ouvido.

Mereço que as minhas palavras não tenham direito a matar-me de silêncio súbito, mesmo que tenha de tolerar o seu desamor até ficar com rugas.

Mas o silêncio é a parte mais exata e afiada do som

Será o silêncio o meu perfeito, poema

14 março 2017

verónica aranda

XV

Una mujer está asando batatas
con los rescoldos de la lumbre.
Por su pelo aceitado caen acordes de sitar.
Cada pliegue del sari con que cubre su vientre
anuncia la matriz, la reclusión.

Se puede confundir el tintineo de ajorcas
con el de la llovizna.
Canta y en cada nota la quietud
converge en la tahona que olía a albaricoques.
Canta y fragmenta vértice o frontera.

La noche es una herida de colmillos de mono
que empieza a supurar.


XV

Está uma mulher a assar batatas
no borralho do lume.
Pelo seu cabelo oleado escorrem acordes de sitar.
Cada prega do sari com que cobre o ventre
anuncia a matriz, a reclusão.

Pode-se confundir o tilintar de guizos
com o do chuvisco.
Canta e em cada nota a quietude
converge na padaria que cheirava a damascos.
Canta e fragmenta vértice ou fronteira.

A noite é uma ferida de dentes de macaco

que começa a supurar.