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08 setembro 2016

diana moncada

Atravieso el vientre de la tierra
con mis alas añejadas de soles ya desnudos
traspaso su carne
como si derribara cada muro
que ha intentado separarme de mi bestia envenenada.
La recupero la alimento la echo a volar
se hace sangre
devora cada una de mis sombras
degolla mis nombres, todo estéril pensamiento
hace de mis pechos flamas inmortales
y de mis ojos profundos lagos para gemir

Mi bestia ha vestido mi cuerpo
ha tensado mis huesos
ha hecho de mí, su ser
y ha destronado para siempre
mis viejas
y duras
máscaras.


Atravesso o ventre da terra
com as minhas asas amadurecidas por sóis já nus
trespasso a sua carne
como se derrubasse cada um dos muros
que me tentaram separar do meu animal envenenado.
Recupero-o, alimento-o, ponho-o a voar
faz-se sangue
devora cada uma das minhas sombras
degola os meus nomes, tudo estéril pensamento
faz dos meus peitos chamas imortais
e dos meus olhos profundos lagos para gemer

O meu animal vestiu um corpo
esticou os meus ossos
fez de mim o seu ser
e destronou para sempre
as minhas velhas
e duras
máscaras