Punto Muerto
Yo ya me había hecho a la idea
de convivir sosegadamente con lo mediocre, siempre que no
escociera.
De renunciar a ideales disparatados
y conformarme con lo que dispusiera el azar. Sin
complicaciones.
Me había acostumbrado
a colgar antes de tiempo. A escribir de mala gana y abrazar
con poco anhelo.
A dormir en ciertas camas de mutuo acuerdo
(sin mucho interés, confieso)
Yo era un haz de ramas muertas
que el viento agitaba a su antojo.
Un papel en blanco con algunos garabatos, un coche en punto
muerto.
Un cuerpo de trapo con las costuras por fuera y dos botones
a modo de ojos.
No esperaba nada, ni esperaba a nadie.
Pero entonces,
m e b e s ó.
Ponto Morto
Já me tinha habituado à
ideia
de conviver com o medíocre,
sempre que não me magoasse.
De renunciar a ideais
disparatados
e conformar-me com o
que o destino dispusera. Sem complicações.
Tinha-me acostumado
a aposentar-me antes
do tempo. A escrever de má vontade, a abraçar com pouco desejo.
A dormir em certas
camas de mútuo acordo
(sem muito interesse,
confesso)
Eu era um feixe de
ramos mortos
que o vento agitava a
seu capricho.
Um papel em branco com
algumas garatujas, um carro em ponto morto.
Um corpo de trapos com
as costuras por fora e dois botões a servir de olhos.
Não esperava nada, nem
esperava ninguém.
Mas então
b e i j o u – m e.